O documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, de Emicida, conta a história da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos

O documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, de Emicida, estreia nesta terça-feira (8), na Netflix. A produção utiliza oo show de estreia do álbum “AmarElo” para fazer um link e contar a história da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos  

Naara Vale
naaravale@ootimista.com.br

“Assim como o prisma decompõe a luz branca em muitas outras cores, eu gostaria de decompor o preconceito em muitas outras possibilidades unidas no AmarElo”. A frase do rapper Emicida sintetiza o que pretende ao lançar o seu documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, que estreia nesta terça-feira (8), na Netflix.

Com animações, entrevistas e cenas de bastidores, a produção dirigida por Fred Ouro Preto toma como base o show que o rapper realizou em novembro de 2019, no Theatro Municipal de São Paulo, no lançamento do álbum “AmarElo”. O documentário, no entanto, vai além dos bastidores sobre o processo criativo e das gravações de Emicida.

O filme mescla esses momentos também para contar a história da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos, fazendo um link entre três momentos importantes da história negra brasileira: a Semana de Arte Moderna de 1922; o ato de fundação do Movimento Negro Unificado (MNU), em 1978, lançado em ato público da escadaria do Theatro Municipal de SP; e o emblemático espetáculo de estreia de “AmarElo”, que aconteceu no Mês da Consciência Negra, no mesmo local de lançamento do MNU.

“Foram as histórias dos livros e dos filmes que me fizeram sonhar com outra possibilidade de ser, viver e existir. A ideia do documentário é a de colocar as pessoas em contato com uma história que as façam se perguntar: se já houve neste país tanta grandiosidade, por que essas histórias vão sendo, de alguma maneira, invisibilizadas e esquecidas? Estou feliz que vamos conseguir apresentar em escala global outra perspectiva a respeito do Brasil. Isso é mágico”, declarou Emicida sobre o documentário.

Produção de elos

No trailer divulgado pela Netflix, Emicida fala do significado de lançar o álbum “AmarElo” no Municipal de SP. “Essa é a nossa forma de dizer para todas as pessoas que têm uma origem que nem a nossa que a gente precisa, sim, ocupar esse tipo de espaço.

Em entrevista ao Estadão, o rapper comentou sobre o link entre o MNU, “AmaElo” e o teatro. Segundo o cantor, o espaço que antes parecia um universo, ficou pequeno para ele. “São quatro décadas que separam a nossa ascensão ao palco do Theatro Municipal do encontro das pessoas do MNU naquelas escadarias. Então, subir ali e gritar ‘obrigado, MNU’ pro mundo é para que eles saibam que é da luta deles que nasce um sonhador como o Emicida”, diz.

Participações

A produção conta com presenças especiais de artistas renomados como Zeca Pagodinho e Pabllo Vittar, que participa do álbum “AmarElo” na faixa que dá nome ao disco. E como diz Emicida, “a Nossa Senhora do Auto da Compadecida também tá no bagulho”. É a atriz Fernanda Montenegro, que se junta ao time de estrelas do filme.

Com 90 minutos de duração, “AmarElo – É Tudo Pra Ontem” é uma realização da Laboratório Fantasma, empresa criada em 2009 pelas mãos de Emicida e do seu irmão, Evandro Fióti, que produz o documentário. Conforme informações da Netflix, a plataforma de streaming e a Laboratório Fantasma ainda terão um segundo projeto, que será lançado em 2021.

 

RELACIONADOS

PUBLICIDADE

POPULARES