Neste domingo, 4 de outubro, é comemorado o Dia do Cachorro. Muito além da fofura, os cães demandam uma série de cuidados e ensinamentos para uma convivência perfeita com os seus tutores. Confira as dicas que O Otimista pegou com um especialista
Texto:Naara Vale
naaravale@ootimista.com.br
Foto: Beatriz Bley
A vontade de ter um cachorrinho perpassa pela infância de praticamente todo mundo. O amor e a lealdade incondicionais (e a fofura!) fazem deles os mais queridos e procurados entre os animais de estimação. Mas mesmo diante de tanto amor, é preciso lembrar que cães também têm suas próprias necessidades e demandam uma série de cuidados e muita dedicação de seus tutores.
A chegada da buldogue francesa Mel à casa da família da farmacêutica Ingrid Meira tem superado as expectativas que ela e o marido tinham em relação ao trabalho que teriam com a criação da cachorrinha tão sonhada por eles e pela filha Cecília, de seis anos. “Existe uma mudança completa na rotina da casa. Quando você vê aquela imagem fofa, acha que é fácil, mas não é. A gente está tendo bastante dificuldade, mas já estamos entrando naquela fase da adaptação”, conta Ingrid.
Aos quatro meses de idade, Mel ainda faz xixi fora do canto quando quer chamar atenção, come tudo o que encontra pelo chão e só fica quieta quando dorme em cima da cama do casal ou da filha. “Quando coloca ela no chão, mesmo com a caminha dela no quarto, ela dá escândalo e a gente acaba cedendo”, diz a farmacêutica. “Mas mesmo tendo todas essas dificuldades e a expectativa não sendo como a esperada, tem a felicidade e tem o amor que ela demonstra por nós, então, acaba superando”, completa.
Reforço positivo
De acordo com o adestrador Rafael Moura, o primeiro passo para uma boa convivência com o animal e para evitar problemas futuros é, assim que ele entrar na casa, mostrar o que você gosta ou não. Isso, segundo ele, é melhor aprendido pelo cão através dos reforços positivos, como por exemplo, ignorar quando o animal faz algo errado e premiar quando tem uma atitude certa. “Não é bom trabalhar com bronca o tempo todo. Ao longo do tempo ela traumatiza e não adianta. A pressão pode até dar o caminho, mas o que vai ensinar é o reforço positivo”, explica o profissional que há 14 anos adestra cães.
Sabe aquele xixi que raramente é no tapete higiênico? Segundo Rafael Moura, também é algo que precisa ser ensinado nos primeiros dias. “O ideal é limitar o espaço do cachorro para que ele entenda onde é o local dele. É também uma prevenção para ele não demarque a casa toda porque depois vai ser mais difícil reverter”, ensina o adestrador, lembrando que o xixi no local errado não deve ser limpo na frente do animal para evitar que ele perceba isso como uma forma de chamar a sua atenção.
Para os cachorros que latem muito porque não aceitam ficar longe dos tutores – como no caso da cachorrinha Mel que só quer o conforto da cama dos pais na hora de dormir –, Rafael recomenda tirar um tempinho todos os dias para fazer um treinamento. A ação que faz o cão ficar estressado deve ser repetida e os latidos devem ser ignorados até que o animal se cale. No momento do silêncio, o cão recebe a atenção que quer como forma de prêmio.
Antes de ter um animalzinho em casa, no entanto, o mais importante mesmo é você estar ciente de que animais demandam atenção, cuidado e dinheiro, mesmo que você não pense em tratar cachorro como gente. O ideal é que você pesquise sobre qual raça se adapta melhor à rotina da família. Há cães mais ativos, que precisarão de espaço e tempo do tutor para gastar energia; outros são mais independentes e lidam bem com a ausência mais prolongada de quem trabalha o dia fora de casa; e outros mais carentes que demandam mais atenção. Veja qual se adapta melhor à sua realidade e se jogue nesse amor!
Importante saber antes de ter um cão:
– Antes de comprar, pense sempre em adotar!
– Estude e escolha a raça de acordo com o seu estilo de vida;
– Tenha consciência de que o animal vai levar um tempo para ser educado;
– Deixe claro logo no início o que você gosta ou não através dos reforços positivos;
– Cachorro tem uma linguagem própria para se comunicar e nós devemos aprendê-la;
– Pense nas necessidades do animal enquanto animal: ele precisa de passeios externos independente do espaço que tenha em casa para farejar e socializar com outros cachorros, gente, carros.
– Leve sempre ao veterinário. Saúde do animal em primeiro lugar.






















