Exposição “Realtopia”, de Stênio Burgos, marca a reabertura do Espaço Cultural Unifor

“Realtopia” é a exposição que marca a reabertura do Espaço Cultural Unifor. Com curadoria de Olga Paiva, a mostra traz 70 obras do artista plástico cearense Stênio Burgos. A aberta será amanhã (22), às 19h, em cerimônia virtual

Naara Vale

Um passeio pela vida e obra do artista plástico cearense Stênio Burgos marca o retorno das atividades do Espaço Cultural Unifor. Contando com 70 obras do artista, a exposição inédita Realtopia será aberta nesta terça-feira (22), às 19h, em uma cerimônia virtual transmitida pelas plataformas digitais da Universidade de Fortaleza. A mostra segue em cartaz até 20 de dezembro de 2020. As visitas devem ser agendadas pelo telefone 34770-3818.

Prevista para estrear em março deste ano, a exposição ficou suspensa por conta da pandemia da covid-19 e agora estreia para o público levando a intensidade das cores que marca a obra de Burgos. Realtopia propõe um passeio pela vasta produção do cearense que usa sua arte para pintar tudo aquilo que o cerca, além dele mesmo. “A exposição tenta contar um pouco da minha história ou pelo menos da minha pintura e mostra também o meu trabalho na contemporaneidade até antes da pandemia”, conta Stênio Burgos.

De acordo com a curadora da mostra, Olga Paiva, a seleção das obras foi feita a partir da ideia de que o artista faz uma única viagem ao longo da vida e vai mostrando isso em sua obra. “Ele pinta o que está no seu entorno. Então, pinta ele próprio, os amigos, os objetos… Vai procurando as emoções e vai recriando o mundo à sua maneira. É o mundo que ele gostaria que existisse”, explica a curadora, que já trabalhou com Burgos em outras duas exposições.

O mergulho em Burgos

Realtopia está dividida em sete salas que ocupam os dois salões térreos do Espaço Cultural Unifor.  Na sala “Odisseia”, um grande quadro inacabado convida o espectador a mergulhar na vida de Stênio. A obra, que tem como referência o poema de Homero, traz referências das diferentes fases da sua vida, desde os tempos de menino na cidade de Crateús, onde nasceu, passando pela Bahia, onde também passou períodos da infância com a mãe baiana, até os dias de hoje. “É uma obra sempre em movimento”, descreve o autor. Na mesma sala estão os muitos autorretratos que contam a odisseia de Burgos, com as devidas mudanças que o tempo lhe trouxe física e mentalmente.

Na sala “Caratius” estão obras que contam a relação do artista plástico com o sertão e o seu retorno a ele, a partir de 2003, quando voltou a cuidar da fazenda da família e a retratar esse entono sertanejo. “Ele pinta um Ceará que foge ao estereótipo do Ceará seco, pobre, triste… ele pinta um Ceará exuberante”, detalha Olga Paiva.

As cores das águas da praia de Icaraizinho de Amontada, onde há mais de 25 anos mantém seu ateliê de frente para o mar, junto a um retrato da mãe de Burgos, abrem a sala “Narciso”, onde estão expostos 36 retratos de amigos que acompanham a trajetória do artista. Já a sala “Manual de Caligrafia e Pintura” faz referências ao clássico do escritor português José Saramago.

Mais adiante, a sala “Invenção da Solidão” retrata a sua passagem por uma praia do sul da Holanda durante o inverno, em umas das suas jornadas pelas cidades holandesas, tema frequente nas suas obras. Icaraizinho de Amontada volta a aparecer na exposição dentro da sala “O Jardim de Papapua”, nome dado ao jardim que cultiva na sua casa/ateliê em Amontada. Um painel de seis metros introduz o espectador ao colorido do jardim.

O passeio é finalizado com a sala “Devoções”, onde Burgos expõe obras dedicadas aos orixás e santos populares do Brasil, numa grande referência às suas raízes baianas.

Sobre Stênio Burgos

Natural de Crateús, interior do Ceará, José Stênio Burgos é graduado em Arquitetura e Urbanismo. Nos anos 1980, estudou desenho e pintura na instituição Estudi Chelsea, em Barcelona (Espanha), onde participou de uma mostra coletiva na sala Santi Jordi.

Nas últimas duas décadas, Burgos desenvolveu uma profunda relação com a Holanda, país onde esteve por diversas temporadas, algumas exclusivamente para pintar. Parte da obra de Burgos se aproxima das temáticas típicas dos grandes mestres do local: a natureza morta (também conhecida como stilleven, termo inclusive cunhado pelos holandeses), os arranjos florais e as paisagens domésticas.

Sua pintura destila a poesia do dia a dia e faz com que o espectador passe a ver com outros olhos o que antes talvez não lhe chamasse a atenção: a exuberância colorida de um vaso com flores, as sinuosas curvas de objetos dispostos sobre uma mesa ou até a simplicidade de uma árvore perdendo as folhas. Com suas pinceladas vigorosas, o artista narra momentos vividos e revela detalhes que poderiam passar despercebidos pela aparente banalidade, mas que se tornam únicos em suas telas. (Fonte: Unifor)

Serviço

Exposição Realtopia – Stênio Burgos
Quando: abertura virtual amanhã (22), às 19h, nas plataformas digitais da Unifor (Youtube / Facebook / Instagram (IGTV) / TV Unifor (canal 181 da NET).
Período expositivo: 23 de setembro a 20 de dezembro de 2020
Horário de visitação: de terça a sexta: 9h às 19h; sábados e domingos: 10h às 18h
Agendamentos: 3477.3818.

 

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