Manjericão, hortelã, alecrim, tomilho, pimentas e gengibre. São muitas as opções de cultivo de temperos e ervas aromáticas que você pode ter no próprio lar. Confira dicas de como começar a sua própria horta
Emanuel Furtado
emanuelfurtado@ootmista.com.br
Ter uma horta em casa ou apartamento em tempos de pandemia, além de embelezar o ambiente, contribui com o que você come no cotidiano, ameniza a temperatura do local e ainda ajuda a reestabelecer a conexão com a natureza.
O que motivou o professor de física e estudante de agronomia, Rafael Mota, a produzir a sua, foi o incômodo com o lixo que produzia. A partir desse questionamento, ele conta que transformou o lixo em adubo orgânico e criou uma horta na casa em que hoje mora, usando técnicas de permacultura e agroecologia. “Pratico a agricultura urbana sem insumo. Eu não compro adubo, não compro inseticida”, explica.
Para organizar o espaço disponível, Rafael dividiu a casa em regiões distintas. “Nessa divisão, eu tenho a horta plantada e, dependendo do ano, tenho rúcula, alface, tomate, pimentão. Tem a região aromática com muitos temperos, como manjericão, tomilho, alecrim, hortelã, gengibre e açafrão. Em outra região tenho algumas ervas medicinais, como a malva. Eu também planto bucha, que já uso tanto no banho, como na pia da cozinha”.
O engenheiro de pesca e paisagista Bruno Ary conta que a sua horta, localizada no jardim de casa, foi sendo criada de forma espontânea e gradual. “Foram plantados muitos coqueiros que serviram de quebra vento e criou-se um ambiente central mais ameno, onde é possível cultivar plantas mais delicadas, como frutíferas, folhagens e orquídeas e também as plantas essencialmente consideradas da horta”.
Bruno diz que tem apostado na diversidade na hora de plantar. Para isso, utiliza dois canteiros especialmente para as hortaliças. “Eu tenho plantado uma misturada grande, algumas coisas já estão produzindo, outras ainda não. Entre as hortaliças e aromáticas tradicionais plantei manjericão, menta, hortelã, capim santo, tomate, agrião, pimentas, alfavaca, malva, boldo, mastruz e alecrim. De legumes tenho quatro variedades de batata-doce, um pouco de macaxeira, gengibre, cúrcuma, e recentemente na quarentena, semeei abóboras”.
Por onde começar
Em entrevista ao O Otimista, a analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Hortaliças – sede em Brasília -, Lenita Lima Haber, diz que existem dois caminhos para fazer uma horta no lar. Se for uma casa e tiver quintal, ela recomenda fazê-la em um canteiro, aproveitando o sol do dia-a-dia. “Tem um ambiente mais favorável para o seu desenvolvimento”.
Em caso de moradias com espaços menores, como apartamentos, Lenita orienta o uso de vasos, garrafas de leite e recipientes plásticos para o cultivo, como embalagens de margarina e garrafas pet. O canteiro, segundo ela, deve ter no mínimo 20 centímetros de altura e no máximo um metro, para que não prejudicar as hortaliças. Ela chama a atenção sobre o uso de compostos orgânicos a cada 30 dias para a que a hortaliça seja melhor produzida e lembra que a Embrapa está sempre oferecendo cursos gratuitos e online, como o de compostagem que ainda está com inscrições abertas.
Outras dicas:
– Após decidir qual será o alimento para o plantio, compre as sementes em lojas ou institutos de referência que vão oferecer grãos saudáveis e de qualidade. Verifique a época adequada para plantar, regras de temperatura, exposição ao sol e frequência de rega.
– Vá em floriculturas ou lojas de agropecuária para comprar substrato próprio para semeaduras – as hortaliças, por exemplo, pedem tipos específicos.
– Como é uma horta caseira, adubos orgânicos podem ser uma boa opção. É possível fazer com minhocas, urtigas, borra de café e até cascas de ovos.
Fonte: Revista Globo Rural
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