O que você fará primeiro quando a pandemia passar?

Viajar, praticar mais exercícios, intensificar o hábito da leitura e o contato com a natureza. Organizar os estudos, ficar mais com a família e amigos, se jogar em festas até o amanhecer e caminhar pela cidade. “O que fazer após o fim da pandemia?”

Emanuel Furtado
emanuelfurtado@ootimsita.com.br

Enquanto vivenciam o novo cotidiano preventivo para ajudar a combater a covid-19, muitas pessoas já aguçaram o pensamento para o esperado momento em que a vida voltará à normalidade de antes. O Otimista entrevistou algumas delas que, mesmo ainda confusas e cheias de interrogações, prospectam planos para um futuro ainda incerto, já que a pandemia não tem data para acabar. Confira!

Praia com o filho, festas e discos

Em isolamento parcial, o bancário Felipe Martins diz que a primeira atitude a ser tomada será ir ao encontro do filho Quino e tomar um “bom” banho de mar. “Tenho sentido muito falta dele. Quero passar o dia na praia, brincar nas piscininhas. Ficar lá o dia todo pegando sol, jogando bola, fazendo castelo de areia e tomando uma cervejinha, claro. Seria a melhor coisa do mundo nesse momento”.

Para reunir e “matar” a saudade dos amigos, diz que fará uma festa em casa. “Vou chamar todo mundo. Vai ser diversão a noite toda”. Colecionador de vinis, Felipe lembrou que tem feito muitas compras pela internet, quando ampliou o acervo com 15 novos exemplares. “Mas nada como o prazer de você chegar em uma loja especializada, pegar disco a disco, olhar a capa, virar, vê se tem algum arranhão ou não, conversar com o dono do espaço. Nada disso substitui esse momento de prazer na hora de garimpar os discos”, avalia.

Liberdade e contemplação

A advogada Leidiane Coutinho conta que está em quarentena desde antes dela ser decretada oficialmente. “Estive em uma conferência de advogadas em Fortaleza no começo de março. Lá surgiram alguns casos (Covid-19) e, por responsabilidade comigo e com o próximo, eu entrei em reclusão. Ainda bem que não tive nada”. Após duas semanas em isolamento, quando encontrou a tranquilidade, ela começou a pensar o que fazer “depois que tudo isso passar”.

“A primeira coisa que eu vou fazer é sair, passear, respirar ao ar livre, estar mais conectada com a natureza, sentir a liberdade, o vento bater forte, fechar os olhos, erguer os braços e agradecer”, diz. E acrescenta: “Quero ir para a fazenda, revisitar minhas histórias, minhas raízes. Apesar de morar no interior (Crateús), quero ir à praia, caminhar e contemplar o mar (minha paixão). Procurarei também estar mais perto de quem eu gosto (família e amigos), sair e fazer as simples coisas que a gente não pode mais por conta do medo, como comprar algo que você está precisando ou deseja, ir a uma padaria e ao supermercado com liberdade e tranquilidade. É essa sensação que eu quero ter. Cada um vai escolher suas prioridades’, complementa ela.

“A cidade me faz falta”

Aluno do curso de Princípios Básicos de Teatro do TJA (Theatro José de Alencar), Helmo Fernandes fala que o retorno às aulas está deixando-o ansioso nesse período de quarentena. “Estar ali, naquele universo, me causa uma saudade incrível. Sinto falta da atmosfera do lugar, do conhecimento, das relações e dos desdobramentos que vão ser gerados a partir disso”.

Ele conta que também é saudoso da sua relação com a cidade e as pessoas afetivas do seu convívio. “Andar de bicicleta e perceber a cidade no meu próprio tempo; sentar na caçada do bairro que eu gosto, reencontrar amigos, estar na madrugada e chegar tarde; escutar boa música – que não a dentro do quarto – e estar propício ao acaso das coisas. A cidade me faz falta”.

Ritmo mais lento

Juliana Garcia, policial civil e sambista, diz que tem descoberto muito prazer em estar sozinha, lido, tocado e dormido mais. “Sinto que a vida precisa de fato de um ritmo mais lento e, no pós-pandemia, eu almejo incorporá-lo. Vou continuar indo ao meu samba e aos bares, mas sinto que haverá mais satisfação em encontrar os amigos, andar livremente e abraçar longamente os queridos. Acho que a vida vai ter mais gosto. Essa pandemia inaugura uma nova época e eu espero mais que isso, que inaugure uma nova forma de convívio e solidariedade humanos”.

Família e ressignificação

Funcionária pública do estado, Valéria Carvalho avalia que esse momento tem sido de muita ressignificação. O que está vivenciando agora, pretende levar para o período posterior à quarentena. “Estou parando para refletir sobre as minhas ações, o que acho que deveria mudar. Vejo que depois da pandemia tenho que ficar mais perto da minha família, pensar mais nos outros, ter mais solidariedade e compaixão com as pessoas. Quero ler, assistir séries e ficar mais com meu filho Davi, além de dar mais atenção à minha mãe e curtir mais minha casa. Aproveitar esse meu espaço de meu refúgio e cuidar mais dele”.

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