Museu da Fotografia abre duas novas exposições esta semana

“O Olhar Não Vê. O Olhar Enxerga.” e “Não Danifique Os Sinais” são as novas exposições de longa duração que o Museu da Fotografia Fortaleza inaugura neste sábado (7). Os trabalhos têm curadoria de Diógenes Moura

Texto: Naara Vale
naaravale@ootimista.com.br
Foto: Gabriel Chaim/MFF

Fazer o expectador enxergar, de fato, o que os olhos estão vendo. Conseguir alguns segundos de contemplação diante de imagens que falam sobre o outro, sobre o corpo, sobre paisagens, sobre a natureza do homem e da terra, sobre guerras, desastres, índios, fatos históricos, arte e religiosidade. Foi com esse propósito que o curador de fotografias Diógenes Moura montou as duas novas exposições de longa duração do Museu da Fotografia Fortaleza (MMF). “O Olhar Não Vê. O Olhar Enxerga.” e “Não Danifique Os Sinais” serão abertas neste sábado (7), às 10h, com uma roda de conversa do curador com o público, às 11h30.

Cerca de 370 obras irão compor as duas novas exposições do MFF. Elas substituirão as antigas, instaladas no local desde a inauguração do equipamento, em março de 2017. Para a seleção, o curador Diógenes Moura passou quatro meses imerso nas mais de 2.500 obras que compõem o acervo do museu. “São fotografias de vários fotógrafos do Brasil e do mundo, em vários formatos, preto e branco e em cores, alguns experimentos feitos pelos fotógrafos, imagens do século XIX até 2020. É um percurso longo”, conta o curador, que optou por preservar nas paredes algumas das fotografias icônicas do museu, como “A Menina Afegã”, de Steve Mc Curry.

Instalada no pavimento térreo, “O Olhar Não Vê. O Olhar Enxerga.” traz uma forte ligação entre fotografia e literatura, com textos e fotos se complementando ao longo do caminho percorrido pelo visitante. “A distribuição das imagens tenta contar uma história que precisa ser observada e os textos vão guiando isso”, explica Diógenes, que também é escritor.

Segundo ele, a exposição fala sobre a possibilidade de olhar para o outro. “Ela começa com um retrato, depois passa pelo corpo, depois muda para uma serie mais de moda, paisagem, são planos abertos, planos fechados. Mas, sobretudo, é um pedido, digamos assim, por parte da curadoria, de reflexão sobre esse tempo-espaço que é tão necessário para nós atualmente. Um pouco mais de contemplação”, completa.

Histórias congeladas

Já no primeiro andar está a “Não Danifique Os Sinais”, que traz uma temática mais histórica, política e social. Sem uma cronologia definida, a exposição traz imagens, por exemplo, do desastre em Mariana (MG), em 2015; de Serra Pelada; da Ditadura no Brasil; de guerras e conflitos, como os registrados pelos fotógrafos brasileiros renomados mundialmente, Gabriel Chaim (foto) e Evandro Teixeira, passando ainda pelos imigrantes e finalizando o percurso com fotos do cangaço. “São imagens que nunca vêm sozinhas, são imagens agrupadas que contam uma história referente a diferentes temas”, destaca o curador.

Os textos que permeiam as obras estarão disponíveis em português, inglês e braile. Existirão, ainda, algumas imagens táteis, em 3D, para que os deficientes visuais possam visitá-las, e 20 imagens com QR code e audiodescrição.

SERVIÇO:
Exposições “O Olhar Não Vê. O Olhar Enxerga.” e “Não Danifique Os Sinais”
Abertura sábado (7), às 10h. Roda de conversa com curador às 11h30
Visitação: gratuita, de terça-feira a domingo, de 12h às 17h
Museu da Fotografia Fortaleza (Rua Frederico Borges, 545 – Varjota)
(85) 3017.3661

 

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