Ceará terá fábrica de mosquitos contra dengue, zika e chikungunya

Fiocruz
Equipe da Fiocruz Ceará com a presidente Nísia Trindade na Feira do Conhecimento

O Ceará terá uma fábrica de mosquitos, que atuará no combate a dengue, zika e chikungunya. A iniciativa é da Fiocruz Ceará, que vai injetar uma bactéria chamada Wolbachia em Aedes Aegypti, reduzindo a capacidade desses animais de transmitirem doenças.

Os mosquitos com Wolbachia serão multiplicados em laboratório e liberados na natureza, onde cruzarão com outros, dando origem a mosquitos com as mesmas características. O método é sustentável e livre de modificações genéticas. Desenvolvido pelo brasileiro Luciano Moreira, que atua na Austrália, a pesquisa já foi testada em Niterói, Ilha do Governador e Rio de Janeiro, onde os resultados são positivos. No Ceará, a iniciativa tem com o apoio da Secretaria da Saúde, do Sus e da Fiocruz do Rio.

O médico Carlile Lavor, diretor da Fiocruz Ceará, estima que o investimento na fábrica de mosquito será da ordem de R$ 7 milhões. Ele diz que os primeiros passos começam a ser dados em breve, com a injeção da bactéria nos Aedes. “As pesquisas básicas já estão feitas. Agora vamos adaptar as bactérias ao nossos mosquitos. Depois multiplicar”, detalha.

Terapia celular contra a leucemia
Outro trabalho a ser desenvolvido pela Fiocruz Ceará é o uso de terapia celular para cura de leucemia. O processo consiste na retirada de células do paciente, onde elas serão trabalhadas e injetadas de volta para destruir células cancerígenas. O tratamento já está no mercado norte-americano, onde o custo estimado é de US$ 500 mil. “Por enquanto é muito caro. O que a gente quer é aprender a fazer para baratear”, diz o diretor.

Ele explica que a complexidade na importação do método é que ainda não é possível trabalhar em escala, já que é preciso trabalhar as células de cada paciente individualmente. Também é preciso recrutar pessoal para o projeto. A pesquisa será feita na Fiocruz Ceará, com os pacientes tratados no Polo de Saúde do Porangabussu, que destinará um andar inteiro a eles. O francês Pasteur, em implantação no Ceará, e o Instituto do Câncer são parceiros na iniciativa.

Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, destacou ambas as pesquisas em visita a Fortaleza, onde participou da abertura da Feira do Conhecimento. Apontando a relevância do trabalho desenvolvido pela unidade Ceará, ela disse que a “relação com o estado é mais que um casamento, é um casamento para a vida toda”.

 

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