O portfólio de cursos para a indústria oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) será ampliado em 125 novos cursos até o segundo trimestre de 2020, quando serão concluídas as adaptações e os novos laboratórios. Com a finalização das novas estruturas e a entrega de um centro de referência têxtil na Parangaba; e de outro de energia, em 2020, o Senai vai ofertar quatro mil novas vagas a partir de abril.
De acordo com o superintendente da instituição, Paulo André Holanda, essa reformulação do portfólio do Senai foi possível graças a um aporte de R$ 38 milhões pelo sistema FIEC “somente em qualificação e laboratórios, entre 2019 e 2020”.
Estes novos cursos foram escolhidos a partir de levantamento que identificou áreas prioritárias para a indústria cearense, como energia, tecnologia, agronegócio, logística, têxtil, calçadista, alimentos e bebidas, entre outros. Outro componente decisivo foi o Mapa do Trabalho para a Indústria, da Confederação Nacional da Indústria – CNI, que identificou no Ceará a necessidade de capacitar 350 mil pessoas no setor industrial até 2022. “Fomos assertivos e vamos entregar um novo portfólio, reforçando áreas estratégicas, como energia, logística, segurança e têxtil, além de reforçar parcerias com as federações não apenas da indústria, mas também da agricultura e do comércio “, afirma.
A primeira safra destes novos cursos virá em dezembro, quando o Senai inaugura uma nova unidade de formação para a indústria voltada o segmento têxtil, na Parangaba, abrangendo as três subdivisões: têxtil, roupas e vestuário.
Em seguida, será reinaugurado o Centro de Treinamento do Senai na Barra do Ceará, que desde março está em obras para ser convertido em centro de referência em energia, “com cursos tanto em energias renováveis quanto em distribuição”, adianta Paulo André. O equipamento é uma parceria com a Enel Distribuição, que investirá R$ 10 milhões no projeto, sendo R$ 5,4 milhões somente em obras físicas. Outro R$ 1,2 milhão será investido pelo Senai como contrapartida.
Segundo a Enel, esta unidade é inspirada no centro que a companhia elétrica mantém em L’Aquila, na Itália, e terá capacidade de estudar diferentes tipos de redes, sistemas de telecontrole e terá parte da formação feita em realidade virtual. “O centro vai formar profissionais mais especializados para realizar instalação, construção, operação e manutenção de redes com as novas tecnologias que já estão sendo instaladas pelo grupo Enel em todo o Brasil”, avalia Roberto Zanchi, presidente da Enel Distribuição Ceará.
Outra parte estará no programa que o Senai desenvolve em parceria com o Governo do Estado para qualificar alunos do Ensino Médio da rede pública. “O projeto piloto atenderá 500 alunos em todo o Estado inicialmente e é voltado para atender o Eixo 5 da nova lei do Ensino Médio, oferecendo qualificação e prática no Senai”.
220 mil formados entre 2014 e 2019
Paulo André Holanda afirma que até o fim deste setembro, o Senai terá formado 220 mil pessoas desde 2014, em cursos com no mínimo 40 horas/aula e no máximo 1,2 mil horas/aula (cursos técnicos). “A gestão do Dr. Beto Studart na FIEC entendeu essa necessidade de atualizar a grade de cursos e inserir novos, qualificando pessoas para uma demanda de uma nova fase da indústria no Ceará”, avalia. De acordo com ele, os cursos dividem-se em cinco modalidades – iniciação, aperfeiçoamento, aprendizagem industrial, qualificação profissional e cursos técnicos – e se somam a iniciativas para incentivar o empreendedorismo entre os profissionais formados e para a absorção rápida desta mão de obra no mercado local.